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18 de mai. de 2010

Dia Internacional dos Museus

Hoje, dia 18 de maio, é o dia internacional do museu. E para comemorar essa data tão importante do meio cultural, trouxe uma parte da minha monografia, na qual coloco o museu dentro do atual contexto da produção cultural para, posteriormente, falar sobre dois museus portugueses voltados para a moda: Museu Nacional do Traje e MUDE - Museu do Design e da Moda.

(Imagem: Museu do Louvre, Paris)


"Os museus fazem parte do contexto da produção cultural e é uma de suas formas de atuação.
A “invenção” do museu, como conhecemos hoje, surge no século XIX e, na virada para o século seguinte, cresce em número e diversidade. As reflexões sobre seu estatuto e papel social começam a ganhar importância.

Seu modelo tradicional recolhe e abriga objetos, artefatos e obras da natureza e da cultura e os agrupa em coleções com o objetivo de expor. Esses objetos, essa memória está comprometida com as idéias e o contexto da época em que acontece.

Porém esse modelo já foi muito criticado e está em processo de transformação, pois coloca a coleção e o público como entidades separadas e distantes, cada uma com suas especificidades. A seleção e o isolamento de objetos, retirados de seu contexto dão origem a um patrimônio, levando o museu a ser um local de culto, aonde as pessoas vão para se apropriarem simbolicamente das obras da humanidade. Com esta postura o museu se torna o “espelho cultural” de poucos, preservando e tornando sagrada a cultura dominante da elite. Impõe a prática do culto e da contemplação e ignora o potencial de experimentação pelo sensível que a arte proporciona.

Isso muda a partir do século XX, quando Walter Benjamim vê na reprodução técnica uma idéia libertadora que favorece a substituição do valor de culto pelo valor da exposição. O valor de culto está presente desde os primórdios da existência do homem e se configura no sagrado, num mundo transcendente e inalcançável. Já o valor de exposição é uma nova forma de relação entre o homem e a obra, que vai predominar na modernidade, cujo contexto é o mundo real e não mais o mundo sagrado.

Se a arte procura mostrar o sensível mediante um artefato, o museu é o local onde este artefato deve ser exposto. Assim sendo, o museu deixa de ser um depósito de obras para adquirir a dupla função de arquivo e de exposição, tendo como função conservar experiências sensíveis com a finalidade de mostrá-las, tornando-se um prolongamento da arte, sendo o meio que irá proporcionar a relação sensível entre os artefatos expostos e o público. Só com a modernidade a obra de arte se mostrou por fim aquilo que era: uma pura apresentação do sensível."

Se quiser continuar a leitura, acesse o capítulo IV da monografia "Moda e Produção Cultural - A moda enquanto arte e cultura no mercado da produção cultural contemporânea", clicando aqui.

Um comentário:

  1. Parabéns, Pri :)
    é muito bom dar um panorama desses espaços tão carregados de cultura, história e arte.

    Aos outros, eu indico a continuidade da leitura na monografia!

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